#PraCegoVer. No canto superior esquerdo tem a logo do site Acessibilidade em foco: Fundo cinza claro; no centro, o desenho de um olho, estilizado. O olho está desenhado com uma linha verde, grossa; a pupila, no centro, é amarela. Abaixo, a palavra Acessibilidade está escrita no centro, em letras maiúsculas, cinzentas e em tamanho grande. Abaixo dela, também no centro, as palavras Em foco, escritas em tamanho menor, na cor verde. Elas estão inclinadas (em itálico). Fim da descrição.

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Repense o seu valor...


Um aluno chegou a seu professor com um problema:

- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso fazer para que me valorizem mais?

O professor sem olhá-lo, disse:

- Sinto muito meu jovem, mas, agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez, depois.

E, fazendo uma pausa, falou:

- Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e, depois, talvez possa ajudar você a resolver o seu.

- Claro, professor – gaguejou o jovem mas, se sentiu outra vez desvalorizado.

O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:

- Monte no cavalo e vá até ao mercado. Deve vender este anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas, não aceite menos que uma moeda de outro.

Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

O jovem pegou o anel e partiu.

Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.

Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava que queria uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas, só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar ao jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas, o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de outro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou.

O jovem desejou ter um moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e, assim, podendo receber sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse:

- Professor, sinto muito, mas, é impossível conseguir o que me pediu.

Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas, não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente.

Devemos saber primeiro o valor real do anel.

Volte a montar no cavalo e vá até ao joalheiro.

Quem melhor para saber o valor exato do anel ?

Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele.

Mas, não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com o meu anel.

O jovem foi ao joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, o pesou e disse:

- Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

- 58 moedas de ouro! exclamou o jovem.

- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas, se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado à casa do professor para contar o que ocorreu.

- Senta, disse o professor, e, depois de ouvir tudo o que o jovem lhe contou, disse:

- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por especialista. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?

E, dizendo isso, voltou a colocar o anel no dedo.

- Todos nós somos como uma jóia.

Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.


Autora Natália Raymundo


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