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O teatro da vida


A vida na Terra pode ser comparada a um imenso teatro, e as pessoas, nas suas diferentes vivências, grandes atores.

Neste palco colorido e cheio de emoções, ora esbarramos em personagens muito bonitas e cheias de charme; ora nos deparamos com cabeças coroadas a esbanjar seu orgulho.

Ora com o sábio observador, com o tolo indiferente e até mesmo, com o feio a se esgueirar; ora nos vemos à frente de palhaços brincalhões e de figuras carismáticas a se apresentarem como lhes convêm.

No final da peça que vivenciamos, acabamos percebendo que todos partilhamos os mesmos vestuários.

Quando os aplausos cessam, tanto uns como outros, dividimos o mesmo camarim.

Somos todos os verdadeiros atores dos dramas representados no grande palco.

O teatro da vida não conta com muito tempo de ensaio para a sua apresentação.

Cada qual vem com seu papel previamente planejado, podendo facilitar ou complicar durante a representação.

Há atores que, tendo recebido simples papéis, acabam se dedicando tanto que roubam a cena, deixando marcas que servem de exemplo para os demais.

Outros pedem grandes performances, mas o desânimo e a preguiça os fazem desmerecer o posto almejado, tendo que esperar por nova programação.

* * *

Assim acontece com cada um de nós, seres humanos, neste mundo.

Nosso palco é a Terra, a peça em que atuamos, a presente reencarnação, nossos companheiros de palco, os nossos familiares.

Se dentro da mesma cena os atores não apresentarem bom desempenho com relação à amizade, ao respeito e à participação positiva de todos, a cena se esfumaça, e o sentido real do ato deixa de existir.

Nossa plateia é a Humanidade, com suas preferências, seus padrões e seus preconceitos.

Se não nos revestirmos de respeito às diferenças, de carinhosa atenção aos demais, não teremos aceitação e êxito.

Todos nos vestimos do corpo carnal e dividimos o mesmo camarim das experiências comuns.

Todos almejamos os aplausos do sucesso, mas nem todos nos esforçamos o suficiente para merecê-los.

Da mesma forma, perdemos oportunidades e ficamos à espera de novas chances para refazer, para recomeçar.

Sejamos pois, a alma sedenta de bom desempenho, que se tranquilizará após nobre atuação, sem ficar a exigir os principais papéis.

Abençoemos o cansaço de cada dia, sem escolher leito sofisticado, mas que possamos descansar em qualquer banco do caminho, fazendo dele um castelo de paz.

Bendito seja o suor do trabalho árduo, a dor das mãos calejadas que dão mostras de ocupação valiosa, que não nos permite a mente vazia.

Mantenhamos o silêncio construtivo ao palavrório sem conteúdo.

Valorizemos o riso que embeleza a face sóbria de uma vida enriquecida de amor.

Bem-vindas as muitas perguntas rumo à sabedoria, as muitas buscas de oportunidades, que nos farão mais esclarecidos e realizados.

Abençoadas sejam as declarações de amor e amizade que colorirem nossos caminhos.

Benditos os dias que pudermos tropeçar, cair e nos erguermos, abraçados à poesia da vida, desejosos de emocionar até o último ato.


Redação do Momento Espírita.

Em 14.9.2016.


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